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BC UNEVozes se consolida como canal de comunicação entre Banco Central e cooperativas

Em 2024, as cooperativas de crédito conquistaram um canal de diálogo com o Banco Central, o BC UNEVozes, que fortaleceu o segmento com informações ligadas à regulamentação, supervisão, educação financeira e sustentabilidade. Promovido pela Confebras, o projeto teve cinco edições ao longo do ano, com a participação de mais de 3,2 mil cooperativistas de todo o País, principalmente de cooperativas singulares independentes – aquelas não filiadas a cooperativas centrais.

Desenvolvido no âmbito do Acordo de Cooperação Técnica entre o Banco Central e a Confebras, o programa consolidou a parceria entre as duas instituições e colocou em evidência o papel do cooperativismo para o crescimento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) com inclusão e sustentabilidade.

 

“O BC UNEVozes foi um dos pontos altos do nosso trabalho em 2024. Conseguimos criar um ambiente de diálogo com o Banco Central em que as cooperativas financeiras receberam informações sobre temas complexos de forma clara e acessível. Isso faz toda a diferença no trabalho delas no dia a dia, na prestação de serviços aos cooperados. É fundamental conhecer bem os processos que regem o nosso setor para oferecermos o melhor à sociedade”, afirmou o presidente da Confebras, Moacir Krambeck.

 

 

Durante os cinco eventos online do BC UNEVozes – quatro programados e um extraordinário –, 15 representantes do Banco Central detalharam o funcionamento de processos de regulamentação e supervisão das cooperativas de crédito, apresentaram novidades regulatórias que afetam o segmento, esclareceram dúvidas das cooperativas sobre normas contábeis e destacaram a sustentabilidade como parte fundamental dos negócios. Em todas as edições, o BC destacou a participação do cooperativismo para o cumprimento da agenda estratégica da autarquia, principalmente nas áreas de inclusão e competitividade, enfatizando o papel desempenhado pelas cooperativas independentes.

 

“O Banco Central mantém diálogo permanente com o cooperativismo de crédito no intuito de fortalecê-lo, e uma demonstração clara disso é o convênio com a Confebras. Ações como BC UNEVozes demonstram a capacidade do Banco Central e das instituições cooperativistas de construir uma agenda pró-país, pró-cooperativismo”, afirmou o  diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, no primeiro BC UNEVozes do ano, em abril.

 

Para o vice-presidente da Confebras, Luiz Lesse Moura Santos, o primeiro ano do  BC UNEVozes inaugurou uma nova fase de relacionamento entre o Banco Central e as cooperativas financeiras, principalmente as singulares independentes, e fortaleceu a intercooperação.

“Desde a primeira edição do BC UNEVozes, percebemos que a comunicação entre as cooperativas e o Banco Central está muito mais forte. Esse projeto é uma demonstração clara do papel da intercooperação para fortalecer as cooperativas singulares independentes e todo o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo [SNCC], e  faz parte da nossa missão”, afirmou.

 

Veja um resumo das cinco edições do BC UNEVozes de 2024:

 

Educação financeira 

Na primeira rodada, realizada no final de abril, os representantes do Banco Central detalharam a Resolução Conjunta nº 8/2023, que regulamenta as medidas de educação financeira no SFN, e como as cooperativas deveriam se preparar para implementar as novas regras, em vigor desde 1º de julho de 2024.

Na ocasião, o chefe-adjunto do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central (Depef), Ronaldo Vieira da Silva, fez um histórico das estratégias de educação financeira do BC desde 2013 e destacou o papel das cooperativas de crédito na implementação dessas ações ao longo dos últimos anos.

 

“Na nossa agenda estratégica, o cooperativismo de crédito aparece nas dimensões de inclusão e competitividade. Nosso presidente [Roberto Campos Neto] sempre fala de como gostaria que o cooperativismo se expandisse pelo País. Vemos com muito bons olhos o movimento de expansão do cooperativismo e a importância das cooperativas para a educação financeira”.

 

Regulamentação 

Em julho, o BC UNEVozes apresentou duas regulamentações que alteraram a organização e o funcionamento das cooperativas de crédito: a Resolução CMN 5.051/2022 e a Resolução CMN 5.131/2024. Em vigor desde julho, os dispositivos aprimoraram regras ligadas a diversos assuntos, como área de atuação, fomento de atividades e negócios, governança das cooperativas, realização de assembleias, aumento do capital social e participações societárias.

O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Ribeiro Damásio, destacou o diálogo entre o órgão regulador e as cooperativas financeiras para a construção do arcabouço regulatório do segmento. “O BC UNEVozes eleva a outro patamar esse tipo de relacionamento, através dessa interação virtual, que alcança de forma uniforme diversas localidades. Temos condições de detalhar regras, prestar esclarecimentos, ouvir as dúvidas das cooperativas, fazer ajustes, se for o caso, e continuar evoluindo no processo regulatório.”

Durante o evento, o chefe de subunidade do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro (Denor), Evaristo Donato Araújo, e o chefe-adjunto do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf), João Luiz Faustino Marques, detalharam os pontos das resoluções e responderam às dúvidas enviadas por cooperativas singulares independentes sobre a aplicação das normas.

 

Supervisão 

Na terceira edição do projeto, em setembro, o tema foi a supervisão das cooperativas independentes. O chefe-adjunto do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições não Bancárias do Banco Central (Desuc), Ívens Miranda, explicou todas as etapas do processo e afirmou que a supervisão intensiva e especializada nas atividades das cooperativas financeiras tem auxiliado na perenidade do segmento e é uma das explicações para o crescimento do SNCC acima da média das demais instituições financeiras nos últimos anos.

 

“O Sistema Nacional de Crédito Cooperativo é um dos segmentos com mais linhas de defesa. A quantidade e a qualidade delas são algumas das motivações do crescimento do cooperativismo de crédito. Observamos que houve uma evolução na capacitação dos dirigentes, no grau de maturidade, no desenvolvimento de controles internos, bem como de processos e de ferramentas de tecnologia”, listou Miranda.

 

Baseado em dados e com articulação entre diversas diretorias do BC, o atual modelo de supervisão das cooperativas financeiras também inclui auditoria cooperativa, supervisão auxiliar e auditoria interna, além de utilizar a inteligência artificial para avaliação de riscos na carteira de crédito.

 

Edição extraordinária 

Atentos às demandas das cooperativas financeiras, em novembro, a Confebras e o Banco Central promoveram uma edição extraordinária do BC UNEVozes para tratar da adequação do segmento à Resolução CMN nº 4.966, de 2021 e à Resolução BCB nº 352, de 2023, que criam novas regras contábeis a partir de 1º de janeiro de 2025. Com mudanças estruturais em sistemas, processos, fluxos de fechamento contábil, reportes financeiros e apuração de dados gerenciais, as normas têm sido tratadas com destaque pelo segmento cooperativista, principalmente entre as cooperativas singulares independentes.

Durante o BC UNEVozes, os chefes-adjuntos do Denor, Uverlan Rodrigues Primo, e do Departamento de Gestão Estratégica e Supervisão Especializada (Degef), Francisco José Barbosa da Silveira, destacaram que o processo de adequação deve envolver a governança das cooperativas, e não apenas os setores contábeis, e precisa de auditoria permanente.

O chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições não Bancárias (Desuc), Adalberto Felinto da Cruz Júnior, ressaltou o papel do cooperativismo financeiro para o desenvolvimento do Brasil e disse que o segmento é umas das prioridades da atuação do BC. “O fortalecimento do cooperativismo é o fortalecimento da sociedade e da economia. Para além dos aspectos econômicos que o cooperativismo financeiro proporciona, há também o que o setor traz para a sociedade. Por isso, é uma estratégia de negócio importante para nosso País”, destacou.

 

Sustentabilidade

No último evento online de 2024, também em novembro, o BC UNEVozes destacou a Agenda de sustentabilidade nas cooperativas de crédito, com reflexões sobre o papel do segmento para fomentar negócios mais sustentáveis.

 

“As instituições financeiras têm o poder de alavancar todo o sistema. Então, o que elas e o cooperativismo de crédito fazem pode impactar a sociedade e o meio ambiente”, destacou a chefe da Universidade Banco Central (UniBC), Elvira Cruvinel, durante o evento.

 

A chefe da Gerência de Sustentabilidade e de Relacionamento com Investidores Internacionais de Portfólio (Gerip), Isabela Damaso, apresentou um panorama das ações de sustentabilidade desenvolvidas pelo Banco Central, com destaque para o pilar de Sustentabilidade da Agenda BC#. Segundo ela, as ações da autarquia na área podem inspirar as cooperativas de crédito na estruturação de suas políticas de sustentabilidade por tratar de instrumentos específicos do segmento financeiro.

O chefe de subunidade do Departamento de Gestão Estratégica e Supervisão Especializada (Degef), Sergio Sequeira, apresentou algumas normas de sustentabilidade ambiental, social e climática aplicadas pelo Banco Central e destacou que o cumprimento delas é estratégico para a continuidade e fortalecimento das instituições financeiras cooperativas.

Todas as transmissões do BC UNEVozes de 2024 estão disponíveis no canal Youtube da Confebras. Em 2025, o projeto terá novas edições, com temas definidos de acordo com as demandas das cooperativas financeiras.

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