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Um dia para antever tendências e preparar o Cooperativismo de Crédito para o futuro

Assim foi o segundo dia da jornada de um 13º Concred Digital inovador e inspirador

Em meio ao clima de otimismo internacional, há boas perspectivas para o Brasil, que deve crescer ao índice médio de 5% em 2021. No entanto, é fundamental estarmos atentos ao aumento da inflação e ao cenário político polarizado, como quesitos desafiadores. Essa foi a análise trazida na palestra sobre a “Recuperação Econômica do Brasil”, que abriu a programação do segundo dia do 13º Concred Digital. Tal conclusão dá o tom da relevância do evento promovido pela Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras).

O assunto foi abordado num dinâmico momento dedicado à troca de ideias entre o economista, autor e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, e o também economista, além de jornalista e educador financeiro, Luís Artur Nogueira. Traçando projeções sobre o cenário econômico mundial e nacional, ambos concordaram que a taxa básica de juros deve se manter na média dos 7% anuais, o que sinaliza uma oportunidade para o cooperativismo.

“Falamos de um segmento que cresce no ritmo de dois dígitos por ano e tem a chance de abrir linhas de crédito atrativas, nesse cenário de alta dos juros” , comentou Luís Artur Nogueira. A fala foi corroborada por Gustavo Loyola, que destacou o papel de transformação socieoconômica do cooperativismo, mencionando, ainda, a importância da educação financeira, que é um dos pilares do movimento. “É importante que avancemos nas condições de oferta de crédito e na educação financeira. As pessoas precisam saber o que são as linhas de crédito e como aderir a elas com inteligência”, afirmou o ex-presidente do BC.

Sobre homens e máquinas que dialogam

Seguindo a linha de traçar panoramas futuros, por um Cooperativismo Financeiro antenado no que está por vir, a manhã seguiu com a palestra de Ligia Zotini Mazurkiewicz. A pesquisadora de cenários futuros falou sobre “Um dia em 2037: o futuro é agora”, projetando o dia vivenciado por uma mulher, daqui a 16 anos. A especialista antevê um cenário no qual tecnologia orgânica, realidade virtual e automação de tarefas farão parte da rotina. Para ela, mais do que uma perspectiva que causa insegurança ou medo, isso é algo que aponta para o investimento nos aspectos que nos diferenciam das máquinas, considerando um necessário alinhamento entre tecnologia e potencialidades humanas. “Não é mais sobre realidade virtual, mas sobre virtualidade real. O futuro é plural e vai nos oferecer liberdade e possibilidades”, destacou a especialista.

O Painel dos Sistemas (Sicoob/Sicredi/Unicred/Cresol/Ailos) fechou a programação da manhã. Sob a condução da executiva Claudia Leite, lideranças dos principais sistemas cooperativos brasileiros debateram a importância das políticas de ESG, apresentando as boas práticas implementadas na rotina institucional de suas filiadas.

Responsável pela abertura do painel, Ivo Bracht, diretor executivo do Sistema Ailos, destacou que o sistema cooperativista já nasceu promovendo a sustentabilidade. Uma visão que foi muito bem complementada por Cledir Magri, presidente da Cresol Confederação, ao afirmar que “cooperar é um jeito diferente de fazer a diferença”. Romeo Balzan, superintendente da Fundação Sicredi, lançou um interessante olhar sobre a sigla ESG, lembrando que é um conceito muito presente no ambiente cooperativo e que precisa ser vivenciado de acordo com as características de cada uma, não como um padrão. O doutor José Maria de Azevedo, presidente da Unicred do Brasil, fez os participantes lembrarem que pequenas práticas fazem uma grande diferença nas ações sustentáveis e convocou todos a se comprometerem com tais condutas, já que o crescimento da população mundial não é acompanhado da ampliação dos recursos naturais.

Tarde de múltiplas perspectivas

O sistema cooperativo de crédito continuou sendo traçado à tarde, no painel “Cooperativas Singulares Independentes e a questão sistêmica: desafios e perspectivas”. Nele, foi debatido o perfil de atuação dessas instituições, bem como apresentadas relevantes estatísticas sobre as cooperativas singulares independentes. A mediação ficou a cargo do conselheiro e ex-presidente da Confebras, Kedson Macedo. Participaram do debate o consultor e especialista em Cooperativismo de Crédito, Lúcio César de Faria; o consultor em inteligência de mercado às cooperativas, José Afonso Queiroz; e o presidente da FNCC, Ivo Lara.

“Os convidados trouxeram uma base de dados importante de cooperativas que não se filiaram a uma Central e que têm uma relevância no segmento e no sistema financeiro como um todo”, explicou Kedson.

Foi o start de um rico e diversificado turno de programação nos diferentes espaços virtuais oferecidos aos participantes, dentro da plataforma interativa que hospeda o congresso. A plenária principal e as três salas paralelas, nas quais ocorre o Concred Experience, respiraram insights e inovação. Estiveram na pauta: Lei Geral de Proteção de Dados, políticas de marketing, transformação digital, cybersegurança, inovação em meios de pagamento, open banking, perspectivas laborais, estratégias de customer experience, o mindset do futuro e o cooperativismo de plataforma.

Outro ponto alto foi o Painel Banco Central que tratou, entre outros assuntos, sobre PIX, Open Banking e Sustentabilidade, mediado pelo vice-presidente da Confebras, Luiz Lesse Moura Santos. A conversa começou com a apresentação de Angelo José Mont’Alverne Duarte, chefe do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro sobre os resultados do PIX e suas futuras funcionalidades. Na sequência, João André Calvino Marques Pereira, chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro, falou sobre o Open Banking, seguido por Ricardo Eyer Harris, chefe de Gabinete do Diretor de Regulação, responsável por apresentar as estratégias da Agenda Sustentabilidade do BC.

O encerramento do painel ficou a cargo de Harold Paquete Espínola Filho, chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias do BC, que trouxe uma reflexão sobre as transformações tecnológicas do SFN. “O que está acontecendo é uma grande mudança nos hábitos e nas expectativas na relação das pessoas com as suas instituições financeiras. Estamos caminhando para um supermercado de produtos financeiros? Eu diria que a gente está indo além, caminhamos para um supermercado de soluções da vida financeira das pessoas”, pontuou.

Equilíbrio diante dos desafios

Para o fechamento de um dia altamente produtivo, uma palestra sobre a “Calma no Caos”, por Pedro Aihara. Tenente do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, conhecido pelo trabalho no rompimento da barragem de Brumadinho, Aihara fez um paralelo entre situações enfrentadas durante aquela tragédia e as dificuldades e momentos de crise que todos atravessamos no dia a dia da vida profissional e pessoal. Entre as habilidades necessárias para superar momentos caóticos, o palestrante apresentou dicas de como contornar situações coletivas de estresse e transmitir confiança à equipe. Ele deu destaque para a importância de se conectar e cuidar das pessoas. “De nada adianta ser especialista naquilo que a gente faz, do ponto de vista técnico, se não for especialista em pessoas”, frisou.

Nos diversos exemplos citados, a maioria ilustrada com situações dramáticas vivenciadas em Brumadinho, Aihara apontou ainda a necessidade de se ter um propósito, de entender que a equipe é fundamental para obter resultados, de reconhecer o valor do próprio trabalho e de relembrar suas escolhas. “Quantas vezes no dia a dia você está fazendo algo grandioso, significativo, mas não entende o valor do próprio trabalho? Não basta saber o que fazer, é necessário lembrar para quem a gente faz isso e, principalmente, a razão pela qual você escolheu fazer isso”, questionou.

Outros bons destaques da quinta-feira

– Os participantes do evento foram convidados a visitar a Feira Virtual de Negócios Cooperativistas. Os estandes virtuais 3D das marcas parceiras receberam a audiência dos congressistas, numa oportunidade única para networking e fechamento de negócios.

– O catálogo da Editora Confebras, a única do Brasil dedicada ao segmento do Cooperativismo de Crédito, teve o lançamento de três novas obras. São elas: Cooperativismo Financeiro na Década de 2020 (Ênio Meinen), Gestão e Análise de Crédito nas Instituições Financeiras Cooperativas (Euder Lopes), Governança de Sociedades Cooperativas – Uma visão prática (Manoel Messias).

– O Integração Juventude, com programação gratuita e voltada especificamente ao público de até 35 anos, teve seu primeiro dia.

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