As 4 habilidades que Murilo Gun destacou, podem ser integradas a inteligência que é indispensável aos profissionais cooperativistas.
O quociente de inteligência, bastante conhecido como Q.I., ainda é tido como base para nivelar graus cognitivos humanos, no entanto é precário quando equiparado à teoria das inteligências múltiplas, a qual fora desenvolvida pela equipe de estudiosos da Universidade de Harvard, liderada pelo psicólogo Howard Gardner. Após esta investigação, fica claro que o ser humano não é dotado de inteligência única e não segmentada. Einstein podia ser um gênio com sua inteligência lógico-matemática, mas talvez nem tanto com as demais no universo de: interpessoal, intrapessoal, espacial, naturalista, musical, existencial, corporal-cinestésica e linguística.
Em pleno terceiro milênio, nunca foi tão necessário descobrir e valorizar as inteligências que mais se destacam em cada pessoa. Entramos na era pós-digital, e numa realidade bem diferente da década de 80, quando Gardner e sua equipe desenvolveram a teoria das Inteligências múltiplas. Essa é a razão pela qual o conceito precisa ser ampliado ou adaptado à nova era. Mas que “era” especificamente é essa? Você deve estar se perguntando.
A automação de todas as profissões é a estação de desembarque da atual sociedade, isso é um fato em constante processo de concretização. As máquinas vão ocupar postos de trabalho e nisso, as inteligências artificiais substituirão até os profissionais que têm como matéria prima, o intelecto.
Paradigmas estão sendo quebrados, com a exponencial evolução digital das coisas, e como disse Murilo Gun, Professor de Criatividade, Palestrante e Comediante, no discurso sobre a sua teoria das quatro habilidades de hoje e do futuro – “…o diferencial do ser humano, É SER MAIS HUMANO.” – afinal, para diferenciar-se de uma máquina, o caminho é valorizar cada vez mais as habilidades intrinsicamente humanas.
Neste sentido, Gun define como habilidades básicas contemporâneas e do futuro, as inteligências intrapessoais, interpessoais, criativas e interartificiais. Estes são itens mentais que precisam ser estimulados e desenvolvidos nas mindsets de todo profissional para o destaque no mercado. Vamos às definições:
Intrapessoal: remete a capacidade de autoconhecimento, de saber lidar com as próprias emoções, é a inteligência emocional de cada ser humano e o domínio dela;
Interpessoal: permeia a habilidade em lidar com as emoções dos outros, exímio tato para as relações profissionais e pessoais. Sensibilidade para entender os desejos e pensamentos do próximo e assim conseguir conectar-se às demais pessoas. Essa é uma grande virtude dos líderes;
Criativa: manifesta-se na habilidade de gerar ações inovadoras tendo como base as demais inteligências. Sair dos padrões condicionantes, com pensamentos e ações originais focadas em solucionar problemas;
Interartificial: é o domínio das potencialidades da inteligência artificial e robótica, em vista da precaução e aliança ao meio tecnológico. Esta habilidade amplia a capacidade em agir de forma mais criativa para estabelecer soluções a favor do ser humano.
Todavia, no universo da cooperação, visualizamos uma quinta habilidade inteligível. A cooperação em si é a melhor forma de coexistência da humanidade e dos mercados, como já defendia John Nash, Nobel de Economia em 1994. A partir dessa teoria torna-se evidente que ao menos em nosso setor, a Inteligência Cooperativista seja essencial. Irradia desta inteligência, a premissa da solidariedade alicerçada aos 7 princípios cooperativistas. Destarte, o conceito de Inteligência Cooperativista mais próximo ao ideal, conjuga-se na habilidade de ser agente da solidariedade, tendo como prioridade os objetivos comuns inerentes ao meio, onde mesmo profissionais de alto nível executivo exteriorizam essa virtude de forma natural e simplista. Eis a genuína expressão comportamental da consciência humana: a lúcida ação de cooperar.
Diante deste prospecto, cabe raciocinar as possibilidades de integração das 4 habilidades da teoria de Murilo Gun à Inteligência Cooperativista definida pela Confebras. Aos próximos dias fica a reflexão para sermos mais humanos e menos automáticos.
Autor: Gabriel Andrade Gomes