Um dia para refletir sobre acesso ao crédito mais barato, que entre tantos benefícios e finalidades, garante os resultados das safras que chegam às famílias brasileiras.
Hoje, 15 de dezembro, é o Dia Nacional da Economia Solidária, e nada mais oportuno que refletir sobre a contribuição do Cooperativismo de Crédito nesse cenário sustentável do desenvolvimento das comunidades, principalmente aquelas que têm a agricultura familiar como atividade fim.
O cooperativismo de crédito é uma das atividades que contempla os valores da economia solidária, entre eles¹:
– posse e/ou controle coletivo dos meios de produção, distribuição, comercialização e crédito;
– gestão democrática, transparente e participativa dos empreendimentos econômicos e/ou sociais;
– distribuição igualitária dos resultados (sobras ou perdas) econômicos dos empreendimentos.
A distribuição e o acesso ao crédito é premissa base que vincula o cooperativismo financeiro ao conceito da economia solidária. Apesar de o Brasil ser um dos líderes mundiais em taxas de rentabilidade no setor financeiro, vários tipos de serviços prestados pelas Instituições Financeiras tradicionais/predominantemente de filosofia capitalista, são deficientes, representando alto custo aos “clientes”. Isso gera uma restrição ou até a exclusão de dezenas de milhões de pessoas, em situação de menor renda, aos serviços e produtos financeiros formais. A partir de 1902, em Nova Petrópolis-RS, o Cooperativismo de Economia e Crédito Mútuo veio mudar essa realidade.
As cooperativas financeiras singulares vinculadas aos quatro Sistemas de três níveis (SICOOB, SICREDI, UNICREDI e CRESOL) e aos cinco Sistemas de dois níveis (CECRED, CECRERS, CrediSIS, CECOOP e UNIPRIME) são agentes que possibilitam a atividade mais abrangente da economia solidária em aproximadamente metade dos municípios brasileiros. Nessa seara, destacamos o Sistema Cresol, que em seu DNA organizacional, tem os genes da agricultura familiar, braço ativo da economia solidária. Atualmente mais de 50% dos alimentos da cesta básica que chega à mesa dos brasileiros têm origem nos pequenos agricultores, isso porque 4,4 milhões de famílias agricultoras representam 84% dos estabelecimentos rurais do Brasil.
Considerado a primeira política pública de real incentivo a agricultura familiar, o Pronaf – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, criado em 1996 pelo governo federal, teve papel fundamental no desenvolvimento dos pequenos produtores, tendo atingido R$ 200 bilhões em operações durante as mais de duas décadas do Programa. Até hoje, esses recursos foram aplicados na efetivação de cerca de 28,5 milhões de contratos.
Só a Cresol Baser, cooperativa central do Sistema Cresol, liberou em 2016 pelo Pronaf, R$ 932 milhões em 36.487 contratos. Exemplos como o do Sistema Cresol deixam claro que o cooperativismo de crédito, facetado pelo arcabouço virtuoso da economia solidária, alicerça o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar brasileira, oferecendo aos membros associados, condições para o bem-estar e permanência no campo de modo que os recursos econômicos sejam utilizados como meio para a sucessão das gerações futuras.
É tempo de valorizar o conceito de economia solidária, intrínseco nas atividades das cooperativas de crédito brasileiras. Os resultados dela, diariamente estão na mesa, nos sorrisos e nas realizações produtivas dos milhões de brasileiros. Feliz Dia Nacional da Economia Solidária.