Há mais de 100 anos, uma das datas comemorativas mais importantes do mês de março é o Dia Internacional da Mulher, celebrado mundialmente no dia 8. Sem dúvida, essa data tem significado muito especial para o Cooperativismo, não somente pelo que representa em seu sentido amplo, e pelas reflexões que nos traz, mas também por sua estreita afinidade com os valores cooperativistas, sobretudo a igualdade e a solidariedade.
O Cooperativismo, desde sua origem, é um movimento humanista, no qual todos são iguais, independentemente de suas peculiaridades. Deste modo, preconiza e age segundo a convicção de que todos devem ter iguais direitos, estímulos, incentivos e oportunidades, para o desenvolvimento e bem-estar individual e de toda a comunidade.
A consolidação e o fortalecimento do movimento cooperativista no Brasil muito devem à presença direta e à participação efetiva das mulheres nos destinos do Movimento Cooperativista nacional. Tanto que, segundo fontes governamentais, em 2017 as mulheres correspondiam a 52% do total de pessoas associadas a cooperativas em nosso país, inclusive desempenhando funções deliberativas, fiscais e de gestão. Em janeiro de 2019, de acordo com o Banco Central, as mulheres já representam 42% do total de associados no Cooperativismo de Crédito Brasileiro.
Sabe-se que tanto no Brasil quanto em outros países existem cooperativas formadas majoritariamente – quando não exclusivamente – por mulheres, destinadas, em grande parte, a oferecer produtos e serviços de interesse especial para o público feminino. Assim, ao mesmo tempo em que melhor atendem a necessidades diferenciadas deste segmento, estas cooperativas apresentam-se como alternativa eficaz para o empreendedorismo e para o empoderamento feminino, contribuindo decisivamente para o aumento de oportunidades, para a geração de renda, para a inserção socioeconômica e para a redução de desigualdades.
Como vemos, o posicionamento do Cooperativismo diante do Dia Internacional da Mulher não é meramente comemorativo nem laudatório, pois não se restringe aos discursos de homenagens previsíveis e habituais.
Entretanto, ainda há muito o que avançar especificamente no campo do Cooperativismo de Crédito.
Segundo dados do BCB, o contingente atual de dirigentes e conselheiros é superior a 15 mil lideranças, mas as mulheres ainda ocupam parcela muito pequena dos cargos estratégicos nos entes cooperativos.
Recentemente, o jornal Folha de São Paulo veiculou levantamento realizado com base na RAIS que constatou, na arena empresarial brasileira, o crescimento da participação feminina em postos de liderança de 32,3% em 2003 para 39,2% em 2017. Notícia auspiciosa, sem dúvidas.
Esse exemplo e a prática do Movimento Cooperativista como um todo precisam ser seguidos pelo Cooperativismo de Crédito brasileiro que, no bojo da Política de Sucessão de Administradores, instituída pela Resolução CMN n. 4538, deve envidar esforços verdadeiros para abrir maiores espaços para a alta liderança feminina e oferecer oportunidades às mulheres para assumirem, cada vez mais, o protagonismo estratégico e de comando nas cooperativas singulares, centrais e confederações.
Mesmo diante dessa situação particular, vale frisar, nesta data especial, que o Cooperativismo verdadeiramente reconhece e agradece a importância da participação das mulheres para o seu crescimento, consolidação e fortalecimento no Brasil e no mundo e, convictamente, reitera seu compromisso de – honrando e defendendo os ideais e os valores cooperativistas – contribuir cada vez mais para a construção de um mundo mais justo, inclusivo e humanitário, no qual as mulheres são agentes e protagonistas fundamentais.
Com estas palavras, parabenizamos todas as mulheres, em especial as cooperadas e colaboradoras, pela passagem do dia 08 de março de 2019 – Dia Internacional da Mulher!
Kedson Macedo
Presidente na Confebras e Diretor Executivo na Cooperforte
Equipe Confebras
Data da publicação: 08/03/2019