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A hora e a vez do Cooperativismo Financeiro no Brasil

Todos sabem que em um cenário de instabilidades e incertezas, quanto maior for o propósito, maior será o desafio. E quanto maior for o desafio, maior será a oportunidade de superá-lo e chegar mais alto do que o patamar a que se chegaria facilmente, no ritmo despreocupado e tranquilo que é próprio das situações estáveis e confortáveis. No universo econômico-financeiro, trata-se de uma realidade incontestável.

Sendo assim, encontramos no atual momento econômico brasileiro uma oportunidade ímpar para a expansão e para o crescimento do Cooperativismo Financeiro. E não somente pela consolidação dos números historicamente positivos, mas também pela filosofia humanista que é a essência dos diferenciais cooperativistas, muito mais favoráveis – individualmente e coletivamente – às pessoas, do que a objetividade impessoal e o racionalismo pragmático que regem as práticas comuns ao mercado financeiro tradicional.

Apesar da acirrada competitividade em que atualmente se baseia a maioria das relações comerciais, e até mesmo de muitas relações humanas, a todo instante vemos o pensamento colaborativo ganhar impulso e motivar iniciativas, atitudes e ações que visam, acima de tudo, promover a realização e o bem-estar do indivíduo e, paralelamente, ou como efeito, do desenvolvimento social.  Por seus propósitos, esse ‘movimento’ possui grande afinidade com o Cooperativismo, em especial, no nosso caso, com o Cooperativismo Financeiro.

Esta nova ambiência é muito propícia para nossas cooperativas singulares. Os produtos e soluções financeiras que oferecemos a nossos associados, com taxas e condições bastante diferenciadas em relação às instituições financeiras comerciais, inclusive a distribuição das sobras, facilitam aos associados não só resolver eventuais imprevistos e pendências, para reencontrar o equilíbrio financeiro, mas também concretizar projetos pessoais e até mesmo transformar sonhos em realidade.

De desejos simples como viajar de férias, trocar os móveis ou reformar a casa, a planos mais estruturados, como o desenvolvimento acadêmico próprio e/ou a educação dos filhos, ou, mais ainda, conseguir apoio financeiro para tornar-se microempreendedor ou constituir uma empresa inovadora em tecnologia. Para quem faz parte de uma cooperativa de crédito, tudo isto é possível. Os princípios, o compromisso e a forma como essas instituições financeiras oferecem soluções para estas demandas são muito valorizados e buscados pela população brasileira, principalmente em momentos como a conjuntura atual.

A evolução comparativa dos números do Cooperativismo Financeiro, na arena nacional, referentes ao biênio 2016/2017 comprova todas essas afirmações: apesar da redução aproximada de 7% no total das cooperativas de crédito singulares (969, em dezembro de 2017), causada principalmente pelo natural movimento de aglutinação, o número de associados aumentou 10,2%, totalizando 9,8 milhões de cooperados. O Ativo Total cresceu 15,2 %, somando R$ 341 bilhões. As operações de crédito aumentaram 14,1%, movimentando R$ 94 bilhões, e os depósitos cresceram 16%, totalizando R$ 105,2 bilhões.

Como vemos, o atual momento brasileiro é altamente favorável para a expansão, crescimento e fortalecimento do Cooperativismo Financeiro em nosso país. Comprovadamente existe uma conjuntura social e econômica propícia a este fim, a começar pela consciência colaborativa, passando pela nova visão do associativismo objetivo e concluindo com a grande demanda da sociedade por produtos e soluções financeiras verdadeiramente humanizados e solidários, focados nas pessoas, e não no lucro.

Diante disso, cabe às lideranças cooperativistas, responsáveis pela pujança do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo – SNCC, perceber e aproveitar a oportunidade ímpar deste momento, mobilizando-se firmemente para crescer e ganhar ainda mais vulto na economia brasileira, com a meta de, nos próximos cinco anos, representar, no mínimo, 10% do Sistema Financeiro Nacional.

No âmbito individual de cada cooperativa, a busca do crescimento sustentável deve se iniciar com o estabelecimento de uma diretriz estratégica assertiva, que alinhe o corpo técnico-gerencial às orientações decisórias, para identificar e analisar cenários; vislumbrar, construir e corajosamente praticar a inovação disruptiva ou incremental; desenvolver um modelo de negócio vencedor e implantar um sistema que integre, motive, instrumentalize e comprometa todos os colaboradores no objetivo de aprimorar, ampliar, estender e aumentar não só os produtos e serviços financeiros, mas também o quadro social da cooperativa.

Tudo isso sem descuidar das melhores práticas de compliance e gestão de riscos, conforme nos lembrou, no III Fórum de Cidadania Financeira, em 2017, Paulo Sérgio Neves de Souza, Diretor de Fiscalização do BCB, “Eficiência, racionalização de custos e estruturas, segurança, melhoria da imagem e fortalecimento da cultura do cooperativismo são elementos-chave para o crescimento sustentável. Além desses aspectos, a busca permanente pelas melhores práticas de gestão implica, inexoravelmente, o aumento do nível de excelência do segmento cooperativista de crédito, objetivo de todos.”

Como resultado desta mobilização e atuação, ao aumentarem sua participação no Sistema Financeiro Nacional, as cooperativas financeiras beneficiarão a um número ainda maior de cooperados e promoverão, por meio da solidariedade e da ajuda mútua, o bem-estar e o progresso de mais pessoas e seus familiares, com reflexos positivos diretos no desenvolvimento das comunidades, da sociedade e da nação, conforme é a razão de ser de nossas instituições.

Que assim seja!

Kedson  Macedo

Presidente na Confebras e Diretor Executivo na Cooperforte

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