Os 32 cooperados do Sicoob Uni que viajaram à Europa, para conhecer de perto as minúcias e as particularidades do Cooperativismo de Crédito espanhol, retornaram para casa no último domingo (24/11) trazendo uma certeza na mala: o modelo praticado em Mondragón se difere completamente de outros países e tem muito a ensinar às cooperativas brasileiras.
O Sicoob Uni aproveitou 2019 para investir na capacitação de seus cooperados. Foram quatro Intercâmbios Técnicos realizados ao longo do ano, com participantes da própria Central ou das singulares – além da Espanha, eles também fecharam turmas para a Alemanha, Canadá e Estados Unidos. O Cooperativismo de Crédito tem muita força na cidade de Mondragón e está presente em todos os segmentos, das áreas social e econômica à educacional e religiosa. Também é responsável por empregar mais de 70% da população de quase 22 mil pessoas. Durante pouco mais de uma semana, o grupo fez uma imersão completa nessa rotina cooperativista da região.
Além de Mondragón, visitaram também Bilbao e seu museu Guggenheim, Guernica e a cidade litorânea de San Sebastián.
A viagem encerrou o calendário do Programa de Intercâmbios Técnicos Confebras deste ano. Para 2020, a programação já está sendo preparada com novidades.
Veja o que dois dos participantes disseram sobre a viagem:
A grande vantagem de participar de um Intercâmbio Técnico é, justamente, a oportunidade de conviver com uma nova cultura do Cooperativismo de Crédito. A Espanha é o terceiro do qual participo. Também já viajei para o Canadá e a Alemanha, mas a experiência em Mondragón se difere totalmente das viagens anteriores devido ao grande investimento que os espanhóis fazem na garantia do trabalho, principalmente na indústria, na busca por uma remuneração justa e na qualificação das pessoas. Além disso, também levo para casa as lições da prática organizada de intercooperação e a forte convivência afetiva, marcas dos espanhóis.
Raimundo Nonato, diretor-presidente do Sicoob Unicentro Brasileira
Este é o primeiro Intercâmbio Técnico do qual participo. Gostei da mescla entre explicação teórica do modelo e a visita à algumas cooperativas. Uma imersão assim ajuda a refletir sobre oportunidades de melhoria e aperfeiçoamentos em nosso sistema cooperativo e, também, a reconhecer nossos avanços e forças. Apesar de ter um sistema cooperativo diferente do nosso, o espanhol aplica basicamente os mesmos princípios universais que dá embasamento ao modelo brasileiro. No entanto, o que funcionou em Mondragón não necessariamente pode ser replicado no Brasil, especialmente em função do momento histórico em que ele começou a ser criado. Contudo, a ênfase na educação é um ensinamento que devemos praticar em nossas cooperativas.
Luís Alberto Pereira, presidente do Sescoop/Go e vice-presidente do Sicoob Uni
Data da publicação: 27/11/2019