Municípios com até 100 mil habitantes e muitas cooperativas existentes, à época, foram beneficiados
O dia 25 de junho representa um verdadeiro marco no cooperativismo financeiro. Foi nesta data, há 16 anos, que, por força da Resolução nº 3106 do Banco Central do Brasil, muitas cooperativas financeiras passaram a receber livremente seus associados. A normativa viabilizou a implantação das entidades em municípios com até 100 mil habitantes, a inclusão de regiões urbanas com menos de 750 mil pessoas e acesso de pessoas físicas e jurídicas de vários segmentos às já existentes. A Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebras), que participou ativamente deste processo desde a sua fase inicial, considera esse um dos acontecimentos mais importantes da história do cooperativismo nacional. Isso porque tratava-se de um antigo anseio, reforçado com novos aprimoramentos normativos ao longo dos anos, que flexibilizaram e facilitaram a democratização do crédito.
Atualmente, as cooperativas de livre admissão encontram um cenário propício à sua expansão e desenvolvimento e não param de crescer e se multiplicar. Ocupam posição de destaque e ímpar no Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC). Os números de março de 2019 dão conta de que existem no Brasil 375 cooperativas de livre admissão, que correspondem a 56,63% do total de cooperativas financeiras singulares atuantes no País. Elas possuem 4.273 unidades de atendimento, 78,17% de todo o SNCC, e congregam 8.454.179 de associados, o que representa 78,05% do total de cooperados. Suas operações de crédito totalizam R$ 97,2 bilhões, 79,07% do volume total movimentado como crédito, e os depósitos captados correspondem a R$ 100,3 bilhões, representado participação de 72,80% em relação ao volume total depositado pelos cooperados abrigados no SNCC.
Na visão do presidente da Confebras, Kedson Macedo, a conquista trouxe muitas vantagens aos brasileiros. Possibilitou a escolha de um serviço alternativo ao oferecido pela solução bancária convencional, nivelando o Brasil às nações mais maduras e prósperas. E ainda permitiu a construção de um sistema financeiro mais inclusivo e justo, com a ampliação da concorrência. Por outro lado, “os recursos entregues à cooperativa, por serem reinvestidos na própria região, passaram a incrementar a renda e o emprego locais e contribuíram para a fixação dos jovens em suas comunidades. O que, por sua vez, gerou mais impostos, potencializou os investimentos do poder público em projetos educacionais, econômicos, sociais e em infraestrutura”, reiterou. Ou seja, a regulamentação da livre admissão repercutiu enormemente na melhoria da qualidade de vida não só dos cooperados, mas de toda a população.
Data da publicação: 26/06/2019